segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Capítulo 20

A noite já havia caído há tempos e os alunos mais novos já estavam completamente embriagados com a quantidade de vinho que a taverna oferecera em honra à sua vitória. Fora um bom negócio feito, pensava o estalajadeiro, que ganhava mil moedas de ouro para cada dia em que Hogwarts faturasse mais medalhas. Era um bom modo dos organizadores da competição incentivarem que os convidados fossem bem tratados.

Além do vinho, o homem gordo e satisfeito com seu saco de moedas que tinia preso ao seu cinturão, mandara servir uísque ao professor responsável e fizera um jantar especial para belas damas que acompanhavam a instituição.

O professor acabara com sua segunda garrafa da bebida de produção local e matutava se pediria a terceira. Por um lado, sua vontade de beber ainda não fora saciada: estava com a cabeça cheia do fragmento de conversa que ouvira da boca de Jake de Malvoisin e Mira Barlow. O menino Vesgo estava lá, entre os veteranos, e apesar de ser conhecido como um bebedor inveterado, era de se espantar que não estivesse com um copo na mão e uma garota no colo.

É claro que não estaria com uma moça no colo. Não quando ele tinha a possibilidade de ter a mais perfeita ruiva já nascida na Terra, não. Ele se guardaria para ela, que dormia tranquilamente no andar de cima. Não iria traí-la na cara dura, com ela a tão poucos metros, sendo que sua afeição o conquistava de tal forma que ele se declarara “apaixonado”.

Matthew sabia que nem toda a bebida do mundo poderia tirar o amargo que estava sentindo em sua boca agora, mas ele se sentia muito tentado a arriscar sua chance de que isso, por algum milagre, pudesse acontecer.

Entretanto... tinha a vã esperança de que talvez, por algum outro milagre muito maior, pudesse encontrar sua aluna Lady Mira Barlow, sentada na ante-sala que separava o corredor dos quartos de dormir. Não seria a primeira vez que encontrariam-se em tal situação e ele fervorosamente esperava que não fosse a última.

Sabia que não deveria alimentar essas esperanças, mas sentiria-se ainda menos merecedor dos afetos da moça, se por acaso ela o estivesse esperando e ele estivesse completamente bêbado.

Duas garrafas de uísque não era pouca coisa, no entanto, era menos do que três e ele decidiu que não beberia. Em vez disso, mandaria levar para o quarto mais tarde, se assim fosse necessário.

Levantou sem cambalear. Duas garrafas não seriam suficiente para o derrubar e ele respirou fundo o ar da taverna para acordar um pouco mais. Olhou ao seu redor e viu que seus alunos o observavam também, um pouco surpresos.

- Ainda não são nem três horas da manhã, professor. – disse cautelosamente Charles Trocken, da Grifinória.

- O professor tem a obrigação de dar o exemplo, sr. Trocken. Seria muito bom se vocês também não se demorassem nessa sala e tomassem algum descanso. Sei que amanhã são as competições femininas, mas é importante apoiar a escola em qualquer situação. Ficaria muito satisfeito se os visse na torcida. – ele respondeu, forçando-se a sorrir.

Sem mais palavras, ele encaminhou-se para fora da sala. Os alunos ficaram o encarando, estupefatos, e logo uma procissão o seguiu para seus respectivos quartos. O respeito que tinham pelo professor de Esgrima e História da Magia era impressionante. Ninguém queria faltar às competições do dia seguinte depois do que havia sido lhe dito.

Matthew certificou-se de ter visto todos os seus alunos passarem para o andar de cima e sentou-se na ante-sala dos dormitórios com um ar de cansaço no rosto. Ela não o havia esperado. Não que ela tivesse que faze-lo, mas sabia que havia alimentado uma esperança tola.

O professor decidiu se recolher e procurar a garrafa que enviara ao seu quarto, ela seria sua única companhia naquela noite...

*****

O dia de competições femininas foi iniciado com provas que eram consideradas por muitos as únicas que deveriam acontecer. Provas delicadas como as damas que as disputavam, disputas onde elas não teriam que fazer nenhuma força fora o de mexer a panela.

As provas de culinária, canto e bordado foram simultâneas, pois todos estavam cientes do tempo que a primeira tomaria. E a segunda seria para estimular as outras competidoras.

Grifyndor teve receio que Lyra não ganhasse após ouvir a voz da aluna que representava a escola espanhola. A corvinal estava nervosa e, além de andar de um lado para o outro, ficou apertando as mãos até deixá-las muito vermelhas.

- Vem cá... – Mira puxou levemente a outra para um canto. – Te acalme, tua voz é linda. Sabes que es considerada um anjo quando nos brinda com uma canção. Não te preocupes e pare de se machucar ou a professora acabará falando algo...

Respirando fundo, Lyra segurou as mãos de Mira nas suas.

- Não consigo... Ouviste as outras, eu não...

- Tu es a melhor, não duvides! – A ruiva falou com mais imposição em sua voz.

Mira abriu a boca para continuar, mas ouviu seu nome ser chamado para a competição de bordado. Ela segurou as mãos da outra com força tentando passar segurança e saiu em direção ao local indicado para as competidoras.

No caminho a ruiva olhou para a arquibancada e percebera que estava um pouco vazia. Ela já esperava, pois não achava que competições tipicamente femininas teriam algum atrativo para os rapazes que estava na cidade.

Porém não era qualquer torcedor que os olhos negros dela procuravam. Desde a noite anterior Mira praticamente não vira mais seu professor de esgrima. Ela dormira cedo, pois precisava estar preparada e alerta, principalmente para a competição de esgrima que aconteceria mais tarde.

Ela achava que ele não iria ficar a manhã toda assistindo competições que até ela achava lentas, e às vezes sonolentas, mas intimamente queria vê-lo sorrindo e desejando boa sorte, mesmo que fosse para bordar algo. Queria poder afirmar que não ver Matthew lá não a afetava, mas estaria mentindo para si mesma. Mira sentiu falta de senti-lo perto, estes dois últimos dias fez com que estivessem juntos muito tempo e ela gostou, e muito, disso.

Suspirando ela chegou ao local indicado e sentou na cadeira separada com o brasão de Hogwarts. Olhou mais uma vez em volta e aceitou que ele não viria.

“Provavelmente bebera demais na noite passada, comemorando...”, Mira tentou justificar para si mesma.

- Mira! Boa sorte!

Foi gritado por uma voz masculina que a ruiva sabia que não pertencia ao homem que desejava ouvir. Jake de Malvosin acenara a distancia para a amiga. Ele ainda comemorava intimamente a decisão que tomara e a ajuda que sabia que receberia em relação à jovem que amava.

Mira sorriu para o amigo e olhou a sua volta procurando Matthew. Aceitando que ele não iria, ela se preparou para o inicio da disputa. Bordado ou não, a lufana tinha a obrigação de ganhar e manter a honra de Hogwarts.


*****

Oi a todos!!

Depois de bastante tempo, uma atualização.

Como eu coloquei no post anterior o que me levou à essa grande ausência foi o meu casamento. Foi tudo lindo, maravilhoso e perfeito!!! *_*

Pronto, agora voltaremos a programação normal de posts todas às segundas-feiras.

Não esqueçam dos comentários. O nosso grande pagamento é saber que alguém gosta do que escrevemos.

Beijões

Jujub

Um comentário:

Anônimo disse...

Espero que seja feliz com seu casamento!