terça-feira, 20 de outubro de 2009

Capítulo 19


Um dia de competições passara e Hogwarts fora a escola que mais ganhara medalhas naquele dia.

Foram somente competições masculinas e, para orgulho de seu professor, os alunos de Hogwarts eram os melhores em montaria, esgrima e arco-e-flecha de principiantes. No dia seguinte seriam as garotas, no terceiro dia os rapazes mais experientes e no quarto e último dia as competições mistas.

O dia ainda não tinha raiado e todos os alunos junto com seu professor estavam na posta da casa separada para a Escola de Magia de Hogwarts comemorando. As três garotas e a professora Hostila pararam na porta para participar daquele momento.

- Eles competiram muito bem. O Arthur derrotou todos em arco-e-flecha, mesmo estando somente no 2º ano. – Lyra falou.

- Claro que não se comprara com o Vesgo, mas ele realmente fora muito bem para um iniciante. – Mira falou para as colegas.

- Jovens, não é de bom tom garotas ficarem analisando os homens em provas das quais não entendem e menos ainda achar que podem falar de igual para igual. Fiquem com uma boa postura para darmos os parabéns aos alunos. – A rígida professora ralhou com elas ao vê-los se aproximar. – Parabéns professor, seus rapazes mostraram a força de Hogwarts hoje.

Matthew de Aldearan estava orgulhoso. Ele sabia que fora um pequeno começo, o pior seria dali a dois dias, mas ele estava confiante que seus alunos seriam os melhores. Aquilo fora só uma pequena demonstração do que ele ensinara.

Com uma reverencia, ele falou com as mulheres na porta da hospedaria.

- Professora, miladys... Espero que amanhã possamos celebrar a vitória de nossas alunas. - O professor falou olhando diretamente para Mira.

Ele não poderia demonstrar que na verdade desejava levantar Mira em seus braços e somente com ela comemorar de um jeito que nenhum dos dois nunca mais esquecesse. Mas se para ao menos ficar um pouco ao lado daquela que seria sua futura mulher ele precisava ir até Hostila Gryffindor, que fosse.

A ruiva sorriu em resposta a ele. Mira sentiu seu coração se aquecer ao vê-lo tão feliz. Ela já não conseguia esconder que tinha sentimentos maiores do que o simples elo de professor-aluna por Matthew.

- E quanto a isso... – respondeu a professora Gryffindor assim que Aldearan se afastava pensativo. – É bom que conversemos às sós, minhas caras. Nunca imaginei que teria que ensina-las a se portar em uma competição, mas já que aqui estamos, vamos precisar que se comportem como verdadeiras damas que são.

Mira suspirou baixo quando a mulher virou as costas com um pedido para segui-la. A menina sabia que essa aula era especialmente para ela. Lyra era claramente uma moça educada e fina: evidenciava-se pelo seu jeito de andar elegante e sua delicadeza de movimentos. Mary podia não ter a mesma facilidade natural da outra, mas certamente não era tão destrambelhada quanto a ruiva e, além de tudo, era uma aluna aplicada das aulas de etiqueta.

A única que poderia causar algum desgosto no coração de professora Hostilia era, certamente, Mira. Era mais do que claro as intenções dela: deixar bem explícito o que a menina poderia ou não fazer e que não causaria embaraço ao nome da escola.

As três foram com um olhar pesaroso até o quarto da mestra, onde havia mais espaço para ficarem. Enquanto entravam, ela corrigiu a postura e o modo de andar delas, com um sorriso reprovador na face.

- É bom esticar mais as costas, srta. É preciso encolher a barriga e respirar mais devagar, lady Barlow. – dizia enquanto apontava os erros. – Sigam o exemplo da srta. Lyra, cuja postura é um exemplo para todas.

Mira rangeu os dentes sem fazer barulho, forçando-se a não ser grossa com sua superiora várias vezes durante as três tediosas horas que se seguiram com explicações sobre a postura correta ao montar num cavalo ou a graciosidade com que o florete feminino deveria ser brandido.

A ruiva suspirava de vez em quando. Era bom que não precisava prestar atenção às aulas sobre espadas que a professora parecia dedicar à Mary. “Florete feminino? Alguém usa isso? Faça-me o favor. Não é nem ao menos afiado!”, ela pensava consigo mesmo. Sorriu para si mesmo porque, graças ao bom Merlin, não havia como ela instruí-la a montaria no cavalo, já que não havia nenhum disponível.

Só pararam quando o jantar foi anunciado e, para a sorte das alunas, Hostilia não era uma mulher que negava jantar, apesar da preocupação com a forma esbelta. Desceram com uma cara de alívio estampada no rosto.

Os rapazes a esperavam ao pé da escada. Sir Jake de Malvoisin, o Vesgo, aguardava ansiosamente o fim da aula das meninas. Gostaria de conversar em particular com Mira e por isso, usara a desculpa de escoltar as damas durante o jantar.

- Querida Lady Barlow... – ele exclamou finalmente quando a ruiva surgiu para o jantar. A menina se surpreendeu com um sorriso no rosto ao ver o amigo. Gostava de Jake, apesar dele ser incoveniente em vários momentos.

- Sir Vesgo, que prazer. – ela respondeu, também formalmente, mas calorosa.

Matthew de Aldearan passou naquele momento a caminho para sala onde seria servido o jantar e ergueu a sobrancelha ao ver sua ruivinha dando o braço ao galanteador Vesgo, o melhor arqueiro que tinham. “Não devo me desconcertar agora”, pensou consigo mesmo, mas sem surtir muito efeito, lançando um olhar para a aluna, que não o notou. Isto o perturbou, vê-la entretida com o colega de classe a ponto de não responder seu chamado silencioso, que ela sempre tão atentamente percebia.

“Não entendo o que tantas moças vêem nele. É claro, ele é um conquistador nato, mas também, não entendo nada de beleza para julga-lo. Ele não me parece o tipo atraente. Quero dizer, o defeito natural de seus olhos não a incomoda? Bom, é claro que não. Mira é boa demais para deixar um pequeno inconveniente como esse atrapalhar seu coração, se é isso que ele deseja.”, pensava enquanto se encaminhava para o jantar, acompanhando o par de alunos à sua frente, enquanto seus instintos estavam tentados a arrancar o braço delicado de sua menina daquele fedelho. ‘Ele é um fedelho, seu tolo. Você realmente crê que ele possa tirar a afeição dela de você, um homem formado e ...”, sua cabeça ia longe, quando sentiu seu braço ruim e amargurou-se.

“Um inútil, é isso o que você é, Matthew de Aldearan. Você não consegue mais ganhar um torneio e Jake de Malvoisin ainda vai longe com seu arco e flecha. Ele vai conseguir muita fama e honra. E você? Vai morrer professor de História Antiga e treinando outros para lutar em seu lugar, sem nunca mais conseguir fazer algo por você mesmo.”, censurou-se. “Se ela escolhesse Jake, não seria uma má escolha, eu acho.”

O professor poderia arrebentar o seu aluno Jake em pedaços e depois joga-lo aos cães por apenas encostar na sua prometida, mas sabia que não deveria se sentir assim. Sua cabeça estava latejando de ódio.

“É claro que pode ser por outro motivo que eles estão juntos. Talvez Vesgo esteja nervoso e conversando com Mira. Como ela é menina, tem mais sensibilidade com essas coisas. Talvez Mira esteja nervosa e por isso, pedindo conselhos a Vesgo. Mas ela poderia pedir conselhos a mim, claro. Por que não está fazendo isso?”, ele voltou a se perguntar.

Precisava tirar a dúvida de sua cabeça, precisava escutar pelo menos do que os dois estavam falando. Era rude, mas no amor e na guerra valia tudo. Ele precisava saber se Jake Vesgo era seu rival.

“Um rival. Um aluno como meu rival. Nunca esperaria isso. Não é de se espantar no entanto. Quem não se encantaria por ela?”

- Então, Mira, você vai me ajudar, não vai? – o Vesgo repetiu pela décima vez esperando a confirmação de sua amiga em seu plano infalível.

Matthew não conseguiu captar o conteúdo daquela frase. Estava ainda muito longe, precisava chegar mais perto. Os dois estavam falando muito baixo para seu gosto. O sentimento que queimava seu coração falou mais alto do que sua honra e ele deu mais dois passos para perto do casal.

- Ah, Jake, eu não sei se vai dar certo... mas você é uma excelente pessoa e tem bom coração. Se está apaixonado como diz mesmo, então eu não me oponho. Você tem minha palavra de que farei tudo que estiver ao meu alcance para dar certo. – ela disse, primeiro em dúvida e depois com um sorriso.

- Você é mesmo a mais perfeita dama de todos os tempos, miLady Barlow! – ele retribuiu com a voz animada.

Matthew decidiu que não queria ouvir mais. Precisava pensar e precisava por a cabeça em ordem, Não planejava desistir tão cedo, mas aquelas palavras com certeza mudavam todos os seus planos. Andou rápido e ultrapassou os dois, com uma carranca.
- Ora, obrigada pelo elogio, Sir. Jake. – Mira respondeu, ruborizada. – Não vou contar para Lyra, pode deixar. Se você quer mesmo conquista-la, é bom não deixa-la saber que você andou lisonjeando a sua amiga por aí.

- É claro que eu quis dizer a mais perfeita dama de todos os tempos, depois dela.

Os dois riram e lá na frente, Matthew sentiu seu ego rugir de ódio e seu coração desfalecer de ciúmes.

*****


Ingrid e leitores do coração.

Peço mil desculpas porque no mês de outubro não atualizei o blog. O motivo é que irei me casar no sábado (uhuuuuu) e este mês eu não consegui organizar o tempo direito.

Desculpe galera.

Espero que gostem deste capítulo ^^

Beijinhos

Jujub

Um comentário:

Ingrid Reis disse...

Eu que peço desculpas por se tão chata, rsrs. Que bom que você vai se casar, te desejo toda a sorte do mundo, felicidade aos noivos. Adorei o capítulo estou ansiosa pelo próximo, rsrs.

Beijos