segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Capítulo 25

A noite estava clara e a lua cheia brilhava como se estivesse se preparando para aquele momento há tempos. A rua estava vazia, assim como quase todo o vilarejo. Todos estavam presentes no grande baile de encerramento das competições, onde a Escola de Magia de Hogwarts era parabenizada pelos prêmios recebidos, pelos seus alunos e, naquele ano, suas alunas.

Seguindo o caminho contrario das pessoas da vila, dois vultos andavam para longe do castelo. Desde que saíram do baile não trocaram uma palavra, o que mostrava que os dois estavam claramente nervosos.

Mira virou para Matthew e abriu a boca para falar, contar o que realmente tinha acontecido no torneio de bordado, que Vesgo gostava na verdade de outra e pedia conselhos a ela. Porem ao ver o rosto sério do homem ao seu lado ela congelou. Sentiu o seu rosto arder ao pensar o quão lindo ele estava e que, pela primeira vez, desejava sentir os lábios dele sobre os dela. Sem saber o que fazer, ela desviou os olhos para o caminho e fechou suas mãos na barra da manga do vestido, nervosa.

Matthew virou para Mira e pensou se deveria falar ou não o quanto se sentiu incomodado ao vê-la perto de outro homem, mesmo sendo um rapazote. Porem ao ver o reflexo da lua no rosto angelical da jovem ele perdeu a fala. Os lábios entreabertos eram convidativos e os olhos negros espelhavam a alma de sua dona. Ele desviou os olhos para o caminho, procurando o que exatamente fazer.

Ao virar os olhos novamente ele a viu segurando a manga do vestido e percebeu que ela o esperava. Respondendo ao pedido silencioso de Mira, Matthew decidiu que ele deveria ser o primeiro a falar.

- Não gosto como aquele Vesgo olha para ti e menos ainda como a trata. – Sem perceber, ele falou mais alto do que pretendia. – Ele não deveria nunca pegar tua mão e menos ainda abraçá-la. Isto já esta passando dos limites e, como teu professor, devo avisá-la que poderás ficar com a sua honra manchada já este rapaz é um notório mulherengo.

Ao terminar de falar Matthew percebeu que acabou desabafando tudo o que pensou nos últimos dois dias, ou quase tudo, pois faltou dizer que o rapazote não poderia ousar tocar na pele da sua menina dos olhos. Ele não pretendia ser rude, mas acabou sendo mais forte do que ele.

Os olhos de Mira se fecharam um pouco, fazendo com que ela diminuísse o ritmo da caminhada, já estavam quase chegando. Ela acertara que tudo aquilo tinha incomodado, e muito, Matthew. Devia uma explicação a ele.

- Eu sinto muito por tudo aquilo. Como eu tentei falar ontem, não era o que parecia. Vesgo se empolga com pequenas coisas e, as vezes, esquece que sou uma dama. – Porem algo que Matthew falou a incomodou muito e ela teve que responder. – Mas como meu professor não deves ser preocupar com minha honra, pois ele gosta de Lyra e eu tenho sentimentos por outro.

Matthew começou a ficar preocupado que seus batimentos cardíacos ficassem perceptivelmente audíveis para a sua acompanhante. Assim que a ruiva respondeu que não precisava se preocupar com Jake, sentiu se acalmar, mas apenas por alguns instantes, porque, logo em seguida, a notícia de que ela tinha sentimentos por outro o deixou novamente inquieto.

O professor de História Antiga e de Esgrima era, no geral, um diamante bruto. Seu primeiro impulso, o qual ele, para sua própria surpresa, até, refreou, era de perguntar a ela quem era o objeto de seu interesse.

Uma ponta de esperança insistia em torcer para que, obviamente, fosse ele. No entanto, a realidade de que ele era muito mais velho, um famoso alcoólatra e, aliás, seu professor, insistia que ele mantivesse a sanidade e a situação sob controle.

Por isso, juntou toda sua força de vontade para insistir num tom quase paternal e disse-lhe apenas:

- Folgo em saber.

A menina ao seu lado se encolheu um pouco ao ouvir as palavras. Matthew teve a sensação de que não era bem isso que ela esperava que ele dissesse e ele se apressou em continuar:

- Eu não estava certo se conseguiria me impedir de desmembrar aquele moleque se comentários maldosos e irreais começassem a surgir sobre tua pessoa.

Um calor reconfortante preencheu o coração da jovem ao ouvir aquilo. Ele sentia algo, ela tinha certeza. Mira queria que ele soubesse que tinha sentimentos recíprocos, mas nunca esteve naquela posição, não sabia como falar e menos ainda o que podia falar. Ela esperou que ele entendesse que a pessoa que falou antes era o próprio.

Mira olhou para o rosto de Matthew que caminhava olhando para frente. Suas feições mais serenas do que há poucos minutos atrás mostravam a maturidade já alcançada há anos pelo mestre de esgrima. Desejando ser sincera, mesmo podendo estar errada, ela falou o que sentia.

- Quando te vi sentado na taverna com uma mulher da vida, com cabelos parecidos com os meus o atendendo, eu senti algo parecido. – Mira olhou para baixo, nervosa. Sentia medo de ser direta demais. – Sentiste ciúmes de mim com Vesgo?

Matthew inspirou profundamente antes de pensar em sequer responder. Aquilo soava como música para seus ouvidos. "Eu senti algo parecido.". Sim, ela sentia alguma coisa por ele. Ela, uma jovem mulher, uma jovem e belíssima moça, sentira ciúmes dele com uma mulher qualquer. Uma mulher com a qual ele não se deitara porque pensava somente nela. Ele sentiu o coração novamente acelerar e dessa vez ele podia jurar que ela estava ouvindo. Passaram-se alguns segundos até que ele saísse do transe onde mergulhara e lembrar-se que ela aguardava uma resposta.

- Sim. Eu senti. - ele atropelou-se com as palavras. Não soavam completas do modo como ele as disse. Queria acrescentar que todas as vezes que vira os dois juntos, ele sentira vontade de assassinar o rapaz vesgo. Queria dizer que o pensamento dela estar apaixonada por um jovem tolo como aquele o deixara insone e ainda mais rancoroso do que o habitual.

Então, ele percebeu que ele nunca havia contado para ela que ficara na taverna com uma mulher ruiva demais se insinuando para ele. E aquilo o verdadeiramente intrigou.

- Como soubeste que eu estava na taverna?

A pergunta gelou Mira que parou de andar repentinamente. Ao comentar que sentira ciúmes dele, o objetivo era ouvi-lo dizer que sentira o mesmo, não explicar o havia feito naquele dia. Um medo subiu pela garganta da jovem, ele iria ralhar que nunca deveria ter se aproximado de um lugar daqueles.

Nervosa, ela segurou suas mãos que ganharam vida própria e se mexiam. Não queria mentir, estavam ali para serem sinceros um com o outro, mas... E se ele a considerasse inapropriada para ele após aquilo?

- Eu... Eu... – Ela olhou para o chão, não iria conseguir falar. Naquele dia ela saiu de praticamente todas as regras de etiquetas para uma jovem dama. - Vi que havias ficado nervoso ao final do torneio de bordado e ... eu.... te procurei. Primeiro procurei na hospedaria, mas depois o achei na taverna... – A voz dela morreu ao final, por mais que quisesse saber o que acontecera, homens não deviam satisfações de suas noites...

Matthew suspirou novamente. Não sabia agora o que dizer à jovem ao seu lado. Fez com que ela virasse para ele. Não conseguia clarear seus pensamentos. Por um lado, estava surpreso com o que ela havia lhe dito, o que significava, basicamente, que ela tinha quebrado todas as regras formais e corrido um risco absurdo apenas para vê-lo.

A parte do "regras formais" não lhe interessava muito, mas o "risco absurdo", o deixara extremamente agoniado, sendo apenas um pouco suavizado por "apenas para vê-lo". Ele não conseguia encará-la de frente. Não sabia nem o que fazer com as mãos e quando resolveu falar, sua voz estava um pouco fraca.

- Sabes que o que fez foi extremamente errado.

Não era uma pergunta, mas uma afirmação. Matthew não subestimava a moça que estava à sua frente. Ele inspirou e esperou que ela dissesse algo, movesse a cabeça, qualquer coisa que afirmasse que ainda estava sendo ouvido, que aquilo ainda era uma conversa, e não só dois nervosos sem saber o que fazer com os sentimentos que tinham em mãos.

- Eu sei. - ela disse, baixinho.

Mira baixou a cabeça, sem pensar, apenas extremamente envergonhada. Aquela era a pura verdade. Era errado, mas ela fez por ele. Ela poderia ter sido pega, poderia ter sido abordada por alguém com intenções pouco nobres, poderia ter dado tudo errado, mas ela tinha que encontrar Matthew.

Ao vê-la tão constrangida, tão aparentemente frágil, Matthew não levou em conta que estava no meio da rua, que alguém poderia vê-los. Ele apenas passou os braços ao redor da ruiva, sem pensar se aquilo a surpreenderia, sem pensar se aquilo era o que ela queria. Ele a puxou para perto e sentiu o perfume que vinha do cabelo dela.

- Nunca mais faça nada parecido apenas para me ver. - ele disse, baixinho, perto do ouvido dela. - Eu prometo que não vou sair mais das tuas vistas.

Matthew sentiu os braços de Mira o envolver e pode sentir que o coração dela batia tão forte quanto o seu. Ela sentiu todo o seu corpo se aquecer, misturando felicidade com nervosismo. Estava apaixonada por aquele homem que prometia ficar ao seu lado. Não se importava mais com regras, somente em ser sincera e deixar com que ele a guiasse.

Ela afastou um pouco o corpo, queria ver o rosto dele. Sabia que deveria estar com a face vermelha, mas não se importava se ele a visse assim. Ao se ver refletida naqueles olhos verdes profundos ela não pode conter seu coração que parecia querer explodir. Levou sua mão até o rosto dele, passando a palma levemente na maçã do rosto de Matthew.

Esquecendo o resto do mundo, ele se perdeu naqueles olhos que amava. Estavam tão perto quanto desejou vê-los.

- Tens certeza do que queres? – Ele falou suavemente.

- Irei obedecer às regras que tu achares que devo obedecer. Deixarei que me guies. - Ela respondeu abrindo toda a guarda que criou em sua vida.

Parecia um sonho estranho e irreal onde ele finalmente a tinha em seus braços. Como ele sempre sonhou. As últimas palavras dela "Deixarei que me guies", ecoavam na cabeça dele. "Eu preciso fazer isso direito. Eu não vou estragar tudo.", ele afirmou para si mesmo.

Então, delicadamente, ele levou a palma da mão ao rosto dela. Sentiu um choque elétrico perpassar sua espinha e retirou com cuidado os fios de cabelo de sua face. Então, o mais gentil que pode, pra não assustá-la, para aproveitar ao máximo o momento, ele a beijou. Não foi um beijo profundo, mas apenas um leve encostar de lábios, o suficiente para que eles percebessem o quão apaixonados estavam.


*****


PessoALL,

Novamente muuuuito obrigada pelos comentários!! Aguardo novos sobre este capítulo em especial ;D

E com esse final “Serão felizes até o capítulo que vem...” irei fazer uma pausa de feriados. A programação normal retorna dia 11 de janeiro.

Beijocas a todos.

Jujub

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Capítulo 24

O baile de comemoração do torneio inter-escolar havia começado já há algum tempo e Matthew de Aldearan, professor de História Antiga e de Esgrima da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, estava extremamente impaciente.

A festividade era aberta para todos os participantes das escolas concorrentes, tanto meninos quanto meninas, professores e alunos. Portanto, era conveniente que, na frente do resto da sociedade, o professor deveria beber um pouco menos do que gostaria.

E ele realmente gostaria de entornar todas as garrafas de firewhisky presentes no local. Uma atrás da outra e sem parar para respirar. Ainda não tinha se recuperado do golpe de ver sua pretendida nos braços do outro.

Estava isolado dos professores e dos alunos, ao lado da mesa de banquete com as bebidas. Mesmo que tentasse se convencer do contrário, procurava entre as várias moças bonitas em seus vestidos mais belos, o cabelo ruivo vultoso de Mira Barlow.

E, depois de alguns minutos de incansável busca, a avistou entrando junto com as outras damas de Hogwarts. Estava deslumbrante e a comitiva de rapazes que vinha atrás dela deixava isso muito claro. O professor, mais atento do que de costume aos comentários entre os jovens, identificava com clareza quais referiam-se à Mira e sentia seu sangue ferver de ódio.

Havia música tocada por uma série de instrumentistas renomados. Gaile, o Bardo, estava entre eles, e era particularmente conhecido por entoar canções sobre os amores perdidos.

Não bastou muito para que uma das mais famosas de seu repertório fosse cantada. Menos tempo ainda levou para que os casais começassem a se formar e Matthew sentisse uma urgência de mover-se do espaço onde estava, roubar a mão daquela menina especial que era sua aluna, e dançar com ela até que chegasse o momento de beija-la. Depois, sumiriam os dois para sempre na noite, para ficar juntos até que o amanhecer os alcançasse numa confortável cama de casal.

O pensamento levou Matthew a esse final e ele o agradou imensamente. O álcool corria por seu sangue e ele estava quase esquecendo que era um professor, o que talvez causasse comentários pouco gentis sobre o que ele estava fazendo ao dançar com uma aluna sua.

Para sua sorte e, ao mesmo tempo, tremenda raiva, ele foi cortado por um jovem de olhos ligeiramente fora do lugar.

- Me daria a honra desta dança, Lady Barlow? – ele disse, a galanteando.

Mira, sem saber muito bem o que responder e com o olhar fixo em seu professor de História Antiga, foi levada graciosamente para o meio do salão.

O primeiro pensamento que a ruiva teve ao ver os dois homens se aproximando dela, um, com um olhar febril no rosto e o outro, com um sorriso franco, aberto, amigável, a única coisa que lhe passava pela cabeça era algo como “De novo, não...”.

Porque enquanto o primeiro homem, que, aliás, também era seu professor e, aliás, também lhe dava aulas escondidas e proibidas de esgrima, era a pessoa com quem ela mais desejaria valsar e aninhar-se nos braços; o outro, esse um rapaz de mesma idade que ela e lindos olhos vesgos, era um de seus melhores amigos.

Não era a primeira vez que a situação acontecia. Nas últimas duas vezes que encontrara Matthew de Aldearan (e que ele soubesse disso), Jake Vesgo estava presente e numa situação sempre perto de constrangedora. Numa das ocasiões, ele a levantava nos braços em comemoração a um torneio e na outra, vinha gritando a plenos pulmões que precisava falar com ela urgentemente e parabenizá-la.

E, em ambos os casos, ela pudera notar um brilho nos olhos verdes de seu professor que ela reconhecia como sendo uma mescla de fúria e ciúmria e cios os casos, ela pudera notar um brilho nos olhos verdes de seu professor que ela reconhecia como sendo uma mescla de fes - ou era isso que ela se levava a crer. Os dois mal tinham se falado após os dois incidentes e aquela era uma oportunidade que ela (e provavelmente ele, pelo modo decidido como andara até a ruiva) esperavam ter para esclarecer as coisas.

Obviamente, o jovem Jake de Malvoisin havia de interferir na situação.

- Eu estou tão feliz, Mira! - ele tagarelava enquanto dançavam. - Não vai acreditar que Lyra está cada vez mais cedendo aos meus intentos. Ela é, sem dúvida, a mais adorável moça de todo este mundo! Não posso descrever o que nela me fascina mais. Seus olhos, seu sorriso, o modo como mexe em seu cabelo... ela é, sem contestação, perfeita em todos os sentidos possíveis e imagináveis! Sem ofensas, querida Mira, você sabe que a admiro muito também. O que me lembra que fiquei impressionado com sua performance no torneio de montaria hoje. Sim, sim, sem precedentes na história de Hogwarts ou dessa Competição: uma moça, tão bela, por sinal, ganhar uma contenda tão importante? Impressionante, estupefante, devo ressaltar.

Mira estava próxima de um estado catatônico ouvindo seu amigo falar sobre os mais diferentes assuntos no espaço de uma dança. A menina sabia que não deveria interrompê-lo ou os passos que faziam, pois poderia ser considerado de extrema grosseria e ela não gostaria de magoá-lo. Entretanto, não conseguia tirar os olhos de Matthew, que a tudo observava, novamente em seu ponto ao lado da mesa de bebidas. Ele parecia prestes a explodir um copo.

Na pausa da musica, antes que o rapaz pudesse pedir a próxima dança, Mira se desculpou que estava com sede. Com uma leve reverencia ela se afastou do jovem amigo e olhou para seu professor, esperando que ele viesse até ela.

Sem saber o que fazer com tantas pessoas em volta, a ruiva pedia silenciosamente que algo acontecesse para que pudesse conversar com ele. Por mais que quisesse andar até ele chamá-lo para dançar, Mira sabia que iriam comentar sobre ele ser professor dela.

Antes que pudesse decidir, ela sentiu uma mão em seu braço virando seu corpo em direção ao dele.

- Vá até uma amiga e fale que não está passando bem. Eu irei oferecer-me pra acompanhá-la até a estalagem. Assim que estivermos fora da vista dessa gente toda, conversaremos. – Matthew sussurrou e saiu.

Surpresa com o que acabara de acontecer, Mira não pode conter um leve sorriso no rosto. Ele a vira se afastar de Vesgo, ele também queria conversar. Mais do que pudesse perceber, ela sentira falta de falar com Matthew nos últimos dias e esperava que ele pensasse o mesmo.

Fazendo exatamente o que ele falou, Mira sentou ao lado de Lyra e fez um rosto de leve dor.

- Irei retornar a estalagem e descansar. Acho que comi algo que não estava bom... – Mira colocou a mão no estomago rezando para que não perguntasse mais. Não era uma boa mentirosa.

- Não deves ir sozinha, ainda mais se não estas bem. Eu... – A outra respondeu, mas foi interrompida antes que completasse a frase.

- Não te preocupe, eu já estava me retirando. Irei levá-la. – Matthew estava parado ao lado das duas garotas. – Deves aproveitar o baile que esta ainda começando.

A jovem assentiu sem saber ao certo o que fazer, pois era claro que o seu professor estivera bebendo nas ultimas horas. E se sua amiga estava se sentindo mal, ele não teria condições de ajudá-la.

Ao ver que Lyra estava pensativa sobre que decisão tomar, Mira levantou e acalmou a amiga. Falou que estava bem o suficiente para andar aquele pequeno pedaço de chão até a hospedagem.

Discretamente os dois saíram do salão em direção a rua. Se iriam para a hospedaria, Mira não poderia afirmar, mas confiava em Matthew o suficiente para se deixar levar por ele aonde quisesse.