segunda-feira, 1 de março de 2010

Capítulo 29

Na cabeça de Matthew de Aldearan, a despeito das aulas terem sido convenientemente arranjadas para possibilitar um contato mais próximo entre os dois, ensinar esgrima para Mira Barlow começara a se tornar uma tortura pessoal.

Infelizmente, não somente do jeito com o qual ele já estava gradualmente se acostumando: sentir o seu cheiro tão próximo, o corpo quente o abraçando, aquele sorriso que ele sabia ser apenas dele, tudo isso o deixava com os sensos zonzos, desejando por algo que ele ainda não poderia ter. Era a parte boa – e ruim – de estar junto daquela moça.

Agora, no entanto, ele tinha mais uma preocupação a acrescentar em sua lista. Lady Barlow resolvera que, já que tinha o privilégio e a intimidade de namorar o professor, estava preparada para aprender o treinamento avançado. Talvez até estivesse, pensava o homem consigo mesmo, mas lhe doía cada fibra do corpo na hora de atacar sua aluna e prometida. Como conseguiria ensiná-la? Sabia que até agora ela fora uma boa aluna e, então, provavelmente não se machucaria, mas a incerteza o deixava sem dormir à noite.

Até o momento, evitara contatos com as espadas. Os dois tinham estudado muita teoria, muita anatomia, e ele até começara a explicar-lhe os feitiços não verbais que poderiam ser utilizados durante uma luta.

Mas Mira estava começando a ficar impaciente e perguntar-se porque ele não a estava ensinando a 'lutar de verdade'. Matthew desviou os olhos ao responder que ela ainda precisava de muitas horas nos livros antes de treinar os ensinamentos avançados.

- Matthew – ela chamou espreguiçando-se depois de passar uma hora lendo um terrível tratado sobre o corpo humano. – Podemos treinar só um pouquinho hoje? Sinto que vou enferrujar se não lutarmos mais. Prometo que volto a estudar assim que tu mandares!

O professor tirou os olhos dos estudos que estava corrigindo para encarar os de sua menina. Ela estava cansada, queria um pouco de exercício, e, Deus, ele sabia que O Tratado Sobre Órgãos e Humores era insuportavelmente entediante.

- Está certo. – ele respondeu, não resistindo aos olhares de sua pupila e menina. Onde isso o levaria?, perguntou-se. Começava a ficar cada vez mais difícil resistir a qualquer apelo que ela fizesse a ele.

A jovem deu um pequeno pulo da cadeira para o chão, fazendo a saia do vestido levantasse um pouco. Aquilo bastou para que o professor ficasse inflamado e com a imaginação levando-o à lugares não-tão-distantes.

Ela se apressou a buscar sua espada, pendurada pela bainha num gancho ao lado da porta. Ele esperou pacientemente, descansando a mão em cima de sua própria arma, presa em sua cintura.

- Estou pronta, professor. – a jovem deu o sinal para que eles começassem a treinar, assim que terminou de ajeitar. – Me diga o que fazer...

O modo como seus lábios se comprimiram e o olhar desejoso que ela lhe lançou anuviaram a mente do mestre, que, por alguns instantes, só pode pensar em uma única coisa.

- Matthew?

O homem rapidamente se recompôs.

- Vamos começar com o saque.

A menina não esperou que ele dissesse mais nada, apresentou-se com um primeiro golpe que aproveitava a força de saída da bainha. O professor acenou com a cabeça positivamente e defendeu-se com facilidade.

- E a senhorita ainda me diz que estavas enferrujando... – ele brincou. – Qualquer moleque teria morrido ao ser atacado dessa forma.

Ela sorriu ao ouvir a brincadeira dele e também com uma ponta de orgulho de si. Não estava gostando de estudar tanta teoria, mas aproveitava para tirar o máximo daquilo, inclusive ler como deve-se sacar a espada empenhando a força e velocidade certa.

- Achas que devemos treinar somente com as espadas de madeira? – Mira perguntou ao ver que ele teria se machucado se realmente tivesse acertado a ele.

A sugestão vindo dela foi uma benção aos ouvidos do homem. Assim não iria se preocupar tanto em machucá-la, apesar de saber que as batidas dos bastões poderiam deixar marcar bem fortes.

Ele lançou no ar a espada de Mira e sorriu ao vê-la pega-la corretamente, como se fosse uma espada de verdade.

- Então aproveitaremos sua força e iremos treinar exatamente isso. Quero que me ataque constantemente e empregando o máximo da sua força.

Um sorriso maldoso pousou no rosto de Mira que pensou quantas garotas poderiam ter a oportunidade de ouvir seu prometido dando permissão para bater nele. A frente dela, Matthew viu o rosto angelical de sua menina mudar parecia que tinha pensamentos maliciosos e mandou sua mente se calar antes que fizesse algo que a deixasse constrangida.

Após uma hora de desvios por parte de Matthew, eles pararam ao ver à hora. Já estava tarde e ela deveria ir.

- Não quero ir... – Ela respondeu. Estava agitada e feliz com o que estavam fazendo. Sempre se sentia como ela mesma quando estava com ele, sem se preocupar com mesuras e sociedade.

Ouvir aquilo foi um balsamo para Matthew que se aproximou e segurou o rosto de sua menina em sua mão.

- Não te preocupas. Não irei a lugar nenhum, me veras novamente amanhã, te esperando.

Antes que pudesse terminar de falar, o homem foi surpreendido por um beijo cálido. Sua resposta foi imediata fechando seu braço em torno do corpo de sua prometida.

O toque de lábios se aprofundou e ele a sentiu aproximar seu corpo do dele, procurando diminuir qualquer possibilidade de distância. As mãos dela se entrelaçaram nos cabelos negros de Matthew possessivamente. Assustado para onde aquilo poderia levar ele a soltou de supetão, fazendo com que a ruiva quase perdesse o equilíbrio.

- Não deves fazer isso. – Ele falou sério.

Mira olhou para o chão envergonhada, não controlara seus próprios impulsos. Estava tão enérgica depois do treinamento que não pensou, somente deixou seu corpo a guiar como estivera fazendo na última hora. Ela sentiu seu rosto arder com o que estava passando em sua mente. Não sabia por que estava agindo daquele modo.

Sem saber como se explicar, a ruiva somente virou e andou rapidamente para a porta. Sua mente procurava várias palavras, mas nada que pensava poderia falar com ele. Ali ela sentiu que realmente havia diferença entre homens e mulheres. Para eles era mais fácil entender o que se passava com seu corpo.

Antes que alcançasse a maçaneta da porta Mira sentiu seu corpo ser virado e dois olhos verdes esmeraldas a olhavam preocupados. Ela tentou soltar seu punho, mas pode perceber que ele não estava disposto a deixá-la ir.

- Ias sair assim?

Se antes achava que seu rosto estava avermelhado de vergonha, agora ela tinha certeza que deveria estar no mesmo tom de seu cabelo. Ela abriu a boca tentando procurar o que falar, mas nada saiu. Seus olhos desviaram novamente para o chão, não tinha coragem de encará-lo. E se ele achasse que ela estava se oferecendo? Que era uma mulher da vida?

- Por favor... – Ela falou baixinho tentando soltar novamente seu braço.

Matthew entendeu o que ela pensava. Conseguiu segurar o sorriso ao pensar que ela era linda quando se preocupava com o que ele ia pensar dela, ainda mais quando era ele o bêbado e com o braço falho. Mesmo assim não sabia o que poderia fazer, nunca estivera em uma situação dessas. Porém precisava ter certeza de uma coisa.

- Antes de sair, prometa-me que irá voltar amanhã.

Mira somente balançou a cabeça, confirmando, e sentiu seu braço ser solto.

- Mira! – ouviu a voz chamar ao longe e Matthew temeu seu momento imprudente. A menina voltou ao seu lado. – Eu te amo. – disse baixinho. – E nada mais importa.

Sem saber o que fazer ela correu para seu quarto desejando que sua mãe chegasse logo.

*****

Gentem!!

Miiiiiil desculpas!!! Fevereiro foi meu inferno astral, só isso explica a total bagunça, correria e tal!!

Espero que este capítulo que eu amei escrever ajude a compensar!!!

Beijões

Jujub

Um comentário:

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